Demorei um pouco para entender a onda Blog. Um pouco, não, muito! Afinal este vício já se espalhou faz tempo e, só agora, resolvi escrever algo neste meu Blog criado há quase um ano. Então, como esta é minha primeira publicação, ou melhor, a oficial, vou tentar esclarecer, muito mais para mim que para qualquer possível (impossível) leitor, para quem um blogger escreve.
Acredito que o conceito original seja um diário virtual. Um quase anônimo cria uma página na internet e, sem se obrigar a seguir nenhum tema específico, desabafa suas observações do dia-a-dia. E assim o faz através de posts, que tanto podem ser curtos, com frases quase de efeito, resumindo um grande pensamento. Como extensos, no qual elaboram um tema à moda antiga: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Se fosse mesmo um diário, os principais leitores seriam amigos próximos, inimigos ocultos, família. Isto porque, haja vista seu anonimato, saber o que o The Blogger jantou ontem à noite pouco me interessaria. Entretanto, o conceito diário se expandiu e acabou tornando-se um depositário virtual de idéias. Isto deu uma graça a este movimento! Permitindo que anônimos tornem-se quase-jornalistas, quase-poetas, quase-sexólogos, quase-reveladores-de-verdades-não-ditas... Descomprometidos com o sucesso, afinal tudo está mais para um hobby do que uma carreira profissional, o blogger tem sempre a sua frente uma página em branco, pronta para ser rabiscada por qualquer idéia e, quem sabe, alguém irá dizer: Puxa! Adorei!
Isto ele, no fundo, sabe! É adorável mesmo. Meu texto, tão bem construído, com idéias tão originais não teria como ser ruim. Se eu fosse famoso receberia mais aplausos, com muito menos. Mas tudo bem! Obrigada anônimo por adorar meu texto. Se eu fosse famoso, desprezaria mais sua opinião.
Depois de escrever tudo isto, fiquei com a estranha sensação, que acredito não ser comum entre os bloggers, de não querer que este texto seja lido. Ou melhor, não querer que minha página seja acessada e que nenhum comentário seja feito. Quero a garantia do anonimato! A garantia descomprometida com a qualidade, com a fama, com a aceitação...
Acho, então, que este depositário virtual de idéias, pelo menos para mim, seria mesmo uma espécie de diário. Pois se não houvesse o comprometimento de escrever algo apresentável (já que pessoas podem ler) e fossem apenas arquivos de Word salvos em uma pastinha "Desabafo" no Meus Documentos, pouco seria escrito. Ou com menor qualidade, ou, quem sabe, com mais sinceridade. Mas escrever com a certeza que não será lido por ninguém, mesmo tendo o lado positivo da sinceridade, não trás aquela sensação de compromisso, de obrigação e, por último, a feliz sensação de dever comprido quando terminado e comentado por visitantes.
Meu primeiro dever cumprido! Aos meus impossíveis leitores, que nunca lerão e nem comentarão, sejam bem vindos ao descompromissado depositário de meus vagos pensamentos!
Tuesday, January 16, 2007
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